1. tem mais graça

    25 de outubro de 2018

    escrever de noite. de dia não consigo concentrar-me nada. enfim. muito barulho, os meus sobrinhos, mais barulho. porra, nada. entretanto, fazer psicologia invertida é complicado. eu sei o que os outros precisam e para mim é exatamente a mesma coisa só que não o faço. mas digo. e quê? e a vontade? meu, que treta

  2. isto vai começar a ser regular. isto de trabalhar em casa é complicado. epá, se isto funcionar como terapia, não preciso de ir para o gym. quer dizer, devia ir na mesma. tenho de arranjar uma alternativa para me sentir melhor comigo mesmo que é um problema digamos que, chato, na minha vida porque eu tenho a certeza de que - a sério, tenho mesmo a certeza disso - é um entrave a muitas coisas da minha vida. é triste quando tens a certeza disso, tens vontade de mudar e sabes que tens de mudar mas... cansa imenso. o meu cérebro não tem assim tanta vontade... logo agora que estou a conhecer, vá uma a reconhecer, dois seres fantásticos na minha vida. e a deitar fora uns que não prestam: factos. terei de reconquistar outros. e esta mudança radical de trabalho e rotina fez-me perceber isso. para além do facto de me ter dado tempo para bater mal - saudades disso, só que não crl. Olha, já agora. Hanoi Cafe. Escrever textos de merda não vai resolver o meu problema de amor próprio, seu birro
    Até jazz, pequeninos

  3. Será que quando alguém vem à blogger vem escrever o mesmo? "Ah deixei isto". Será que alguém ainda vê blogues? Ou isto tornou-se pouco instagramável? Ah, desculpa, tornou-se pouco fashion TV, trending topic ou lá como se escreve este corrupio de palavras em estrangeiro ou raio. Não sou mãe, nem pai, nem humorista muito pouco estrela de TV. I'm just a guy. A normal guy. Podia usar o Twitter para escrever breves notas de pensamento nas pausas de 5 minutos que uma app sobre produtividade que instalei no tlm - agora que sou freelancer, procrastinar é tão mais belo e interessante, nem imaginam os canais de YouTube que descobri - me diz para tirar mas era demasiado, como dizer... Youtube. Vim para um cantinho onde - ainda - ninguém me possa ler. Ei, merda, acabou o tempo, tenho de voltar à edição.

  4. Não é um exercício

    3 de junho de 2014

    Cabeça no mil corpo no zero. Força? Puff. Quebra. Ambição. Not found (ups, inglês). Fugir. Desligar. Faltar. Verbos. Falta pouco. Conseguir. Não. Preposições. Suposições? Sol. Está quase. Aparece. Conto horas antes. Muda tudo. Preso. Acumula. Não muda. Não diz. Fraco. É? É um jogo. Atenção. Pontuação. A mais. Pensar. Não faz sentido? Porque. Preciso disto. Alimento. Alimento. Sol. Terapêutico? Aleatório. Não. Nexo. Não. Vida. Esquizofrénico. Mensagem. Nova forma? Arte, talvez. Escrevi mais de duas palavras numa frase. Nada se liga. Cabeça no mil corpo no zero. Foda-se, terapêutico o caralho. Nervo. Acelarar. Morrer. Fugir. Sair. Cuidado. Foda-se. Rato.

  5. O mundo em 2030

    26 de maio de 2013

    Conforme visto no Le Monde Diplomatique - ed. portuguesa (dos melhores jornais à face da Terra) neste link 

    (inédito) por Ignacio Ramonet 

    Quarta-feira 22 de Maio de 2013

    De quatro em quatro anos, no início de cada novo mandato presidencial nos Estados Unidos, o National Intelligence Council (NIC), organismo de análise e de antecipação geopolítica e económica da Central Intelligence Agency (CIA), publica um relatório que automaticamente se torna uma referência fundamental para as embaixadas de todo o mundo. Apesar de conter, como é óbvio, uma visão muito parcial (a de Washington) produzida por uma agência (a CIA) cuja principal missão é defender os interesses dos Estados Unidos, o relatório estratégico do NIC tem um indiscutível interesse, que resulta da partilha – revista por todas as agências de informações norte-americanas – de estudos elaborados por especialistas independentes de várias universidades, em diferentes países e regiões (Europa, China, Índia, África, América Latina, mundo muçulmano-árabe, etc.). O documento confidencial que o presidente Barack Obama encontrou no seu escritório da Casa Branca a 21 de Fevereiro último, quando iniciou o seu segundo mandato, acaba de ser publicado com o título Global Trends 2030. Alternative Worlds (Tendências globais para 2030. Mundos alternativos) [1]. Que diz este documento? A sua principal constatação é o declínio do Ocidente. Pela primeira vez desde o século XVI, os países ocidentais perdem poder perante a ascensão das novas potências emergentes. Começa a fase final de um ciclo de cinco séculos de dominação ocidental do mundo. Os Estados Unidos continuarão a ser uma das principais potências planetárias, mas perderão a sua hegemonia económica em benefício da China e deixarão de exercer a «hegemonia militar solitária» que os caracteriza desde o fim da Guerra Fria (em 1989). Caminhamos para um mundo multipolar em que novos actores (China, Índia, Brasil, Rússia, África do Sul) estão vocacionados para constituir sólidos pólos regionais e para disputar a supremacia internacional a Washington e aos seus aliados históricos (Reino Unido, França, Alemanha, Japão). Para se ter uma ideia da importância e da rapidez da desclassificação ocidental que se anuncia, basta sublinhar estes números: a parte que cabe aos países ocidentais na economia mundial passará dos actuais 56% para 25% em 2030… Em menos de vinte anos, o Ocidente vai perder mais de metade da sua preponderância económica. Uma das principais consequências disto é que os Estados Unidos e os seus aliados provavelmente deixarão de ter meios financeiros para assumir o papel de polícias do mundo. De modo que esta mudança estrutural, agravada pela profunda crise económica actual, pode ter sucesso naquilo em que a União Soviética e a Al-Qaeda falharam, isto é, no enfraquecimento duradouro do Ocidente. Segundo este relatório da CIA, a crise na Europa vai durar pelo menos uma década, ou seja, até 2023… Também segundo este estudo, não é certo que a União Europeia consiga manter a sua coesão. Enquanto isso, a emergência da China confirma-a como segunda economia mundial, que em breve se tornará a primeira. Simultaneamente, os outros países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) instalam-se numa segunda linha e entram em concorrência directa com os antigos impérios dominantes do grupo JAFRU (Japão, Alemanha, França e Reino Unido). Na terceira linha aparecem agora várias potências intermédias com demografias em alta e fortes taxas de crescimento económico, chamadas a tornarem-se, também elas, pólos hegemónicos regionais e com tendência para se constituírem como grupo de influência mundial – o CINETV (Colômbia, Indonésia, Nigéria, Etiópia, Turquia, Vietname). Até 2030, no novo sistema internacional, algumas das maiores colectividades mundiais já não serão, contudo, países mas comunidades reunidas e ligadas entre si pela Internet e pelas redes sociais. Por exemplo, a «Facebooklândia» terá mais de mil milhões de utilizadores e a «Twitterlândia» mais de 800 milhões. A sua influência no jogo dos tronos da política mundial pode vir a ser decisiva. As estruturas de poder vão disseminar-se devido ao acesso universal à Internet e à utilização de novas ferramentas digitais. A este respeito, o relatório da CIA anuncia o aparecimento de tensões entre os cidadãos e certos governos, tensões essas que vários sociólogos classificam como «pós-políticas» ou «pós-democráticas». Por um lado, a generalização do acesso à Internet e a universalização do uso das novas tecnologias vão permitir que os cidadãos alarguem o campo das suas liberdades e que desafiem os seus representantes políticos (como aconteceu nas «Primaveras árabes» ou na crise dos «indignados»). Mas, ao mesmo tempo, segundo os autores do relatório, estas mesmas ferramentas digitais vão dar aos governos «uma capacidade sem precedentes de vigiar os seus cidadãos» [2]. «A tecnologia», acrescentam os analistas de Global Trends 2030, «vai continuar a ser o grande critério de diferenciação dos Estados, mas os futuros imperadores da Internet, semelhantes aos do Google ou do Facebook, vão possuir verdadeiras montanhas de dados e vão manipular em tempo real muito mais informações do que os Estados». É por isso que a CIA recomenda à administração dos Estados Unidos que se prepare para enfrentar as grandes empresas privadas que controlam a Internet, activando o Special Collection Service [3], um serviço de informações ultra-secreto que depende conjuntamente da NSA (National Security Service) e do SCE (Service Cryptologic Elements) das Forças Armadas, e que é especializado na captação clandestina de informações de origem electromagnética. Se um grupo de empresas privadas viesse a controlar a massa de dados que circula na Internet, poderia vir a condicionar o comportamento de uma grande parte da população mundial, ou mesmo das entidades governamentais. A CIA receia também que o terrorismo jihadista seja substituído por um ciberterrorismo ainda mais atroz. O relatório leva este novo tipo de ameaça ainda mais a sério porque, em última análise, o declínio dos Estados Unidos não foi provocado por uma agressão externa, mas antes por uma causa interna: a crise económica surgida em 2008, na sequência da falência do banco Lehman Brothers. Os autores consideram que a geopolítica contemporânea deve ter em conta novos fenómenos, que não têm forçosamente carácter militar. Porque, mesmo que as ameaças militares não tenham desaparecido – como se vê pelos confrontos armados na Síria, pelas ameaças relativas ao Irão ou pela recente gesticulação nuclear da Coreia do Norte –, os principais perigos que hoje ameaçam as sociedades são de tipo não-militar: alterações climáticas, conflitos económicos, crime organizado, guerras electrónicas, novas pandemias, esgotamento dos recursos naturais… Relativamente a este último aspecto, o relatório assinala que um dos recursos que está a esgotar-se mais rapidamente é a água doce. Em 2030, 60% da população mundial passará por problemas de abastecimento de água, o que poderá dar origem a «conflitos hídricos»… Em contrapartida, no que se refere aos hidrocarbonetos a CIA mostra-se muito mais optimista do que os ecologistas. Graças às novas técnicas (muito poluentes) de fracturação hidráulica, a exploração do petróleo e do gás de xisto deverá atingir níveis excepcionais. Os Estados Unidos serão já auto-suficientes em gás e sê-lo-ão em petróleo em 2030, o que faz baixar os seus custos de produção manufactureira e encoraja a relocalização das suas indústrias. No entanto, se os Estados Unidos, principais importadores mundiais de hidrocarbonetos, deixarem de importar petróleo, os preços do barril vão colapsar. Quais seriam nessa altura as consequências para os actuais países exportadores? No mundo de amanhã, 60% das pessoas viverá em cidades, algo que acontece pela primeira vez na história da humanidade. Por outro lado, como consequência da redução acelerada da pobreza, as classes médias tornar-se-ão dominantes e triplicará o número de pessoas que as compõem, passando de mil milhões para 3 mil milhões. É uma revolução colossal. Entre outras consequências, isso vai provocar uma mudança geral dos hábitos culinários, em particular um aumento do consumo de carne à escala planetária. Por sua vez, essa mudança agravará a crise ambiental, porque será necessário aumentar consideravelmente a criação de gado (bovino, ovino, porcino) e de aves. Isso implicará uma explosão do consumo de água (para produzir as forragens), de energia e do uso de fertilizantes, com efeitos negativos em termos de efeito de estufa e de aquecimento global. O relatório prevê igualmente que, em 2030, o planeta terá 8,4 mil milhões de habitantes, mas que o aumento demográfico cessará em toda a parte menos em África. Haverá, portanto, um envelhecimento geral da população mundial. Em contrapartida, a relação entre o ser humano e as «tecnologias proféticas» vai acelerar a entrada em funcionamento de novas gerações de robôs e o aparecimento de «super-homens» capazes de proezas físicas e intelectuais inéditas. O futuro raramente é previsível. Mas isso não implica que se deixe de o imaginar em termos de prospectiva, nem que não nos preparemos para agir em função de diversas circunstâncias possíveis, das quais só uma se concretizará. Mesmo que, como já o dissemos, a CIA possua o seu próprio ponto de vista subjectivo sobre o rumo do mundo, e que este ponto de vista seja condicionado pelo imperativo da defesa dos interesses dos Estados Unidos, este relatório constitui uma ferramenta de trabalho extremamente útil. A sua leitura ajuda-nos a tomar consciência das rápidas evoluções em curso e a reflectir sobre a possibilidade que cada um de nós tem de intervir e agir para inflectir o rumo das coisas. A fim de contribuir para construir um futuro mais justo. 

  6. A Memória

    25 de novembro de 2012

    Já dizia Maquiavel que o povo tem memória curta. E parece que atinge as classes mais altas de uma sociedade: também Cavaco Silva tem memória de curto prazo. O presidente da República disse, na semana passada, que os portugueses precisam de “ultrapassar estigmas e voltar a olhar para os sectores que esqueceu nas últimas décadas: o mar, a agricultura e a indústria.” Finalmente conseguiu “acertar” numa declaração que faz! Ah, espera… Já me estava a falhar a memória, esta bandida… Se calhar é melhor alguém lembrar ao senhor Presidente da República que era ele quem estava no Governo quando os fundos da CEE chegaram e ele mandou abater a frota pesqueira, pagou aos agricultores para não cultivar e construiu uma auto-estrada entre a Guarda e Bragança, tudo para o bem do desenvolvimento português em conformidade com os padrões europeus.

    Mas se calhar estou a julgar mal o Cavaco. Brilhante como é, não diz nada em vão. De certeza que tudo isto é uma soberba manobra estratégica para fazer os portugueses esquecer o caso BPN, relembrando que ele já fez coisas bem piores do que juntar dinheiro para poder viver os últimos dias em paz e com uns trocos de lado para os filhos e netos. De facto, a Maria quase que chegou ao ponto de vender rissóis, não foi? 

    Tenho de dar razão ao Maquiavel, na verdade. Depois de ter “aleijado” à brava os portugueses e de ter mudado, praticamente, toda a estrutura económica portuguesa, tudo em prol – repito – da coesão europeia, os portugueses ainda assim tiveram a capacidade de eleger o professor Aníbal Cavaco Silva para presidente da República. E por duas vezes. Mas lá bem no fundo – muito lá no fundo - até percebo o povo: sempre tivemos grande espírito de sacrifício e ajudamos sempre quem mais precisa. Nunca viramos a cara a um necessitado. Também é assim com o Mário Soares. Mesmo continuando a passear-se em carros do Estado e a receber reformas disto e daquilo dos anos em que esteve em funções políticas, as suas palavras continuam a ser quase sagradas e aplaude-se o senhor quando crítica o Governo porque “ele é que percebe disto!”.

    Hajam memórias como estas para que eu continue a achar a vida uma piada.


    /// Crónica para a cadeira de Imprensa ///

  7. O Tugaleaks foi criado em Dezembro de 2010 por Rui Cruz. A "filial" da Wikileaks em Portugal é um agregador de notícias de movimentos sociais e de activismos vários "que geralmente questionam os interesses económicos e dão a conhecer os casos mais cinzentos da política nacional."

    A premissa é boa, na verdade. Há coisas que "escapam" às malhas da comunicação social portuguesa porque esta é controlada por grupos económicos e o resto da história toda a gente já sabe. Mas a realidade é bem diferente. 

    O Tugaleaks tornou-se numa espécie de tuga (que ironia) que refila por tudo e por nada. A escrita dos artigos é mais que má e não só lhes tira credibilidade como ainda os faz parecer ignorantes. "O Tugaleaks pauta-se para dar todos os dias uma informação diferente, sem alaridos ou femónenos semelhantes que estamos habituados nos media tradicionais. Informação que interessa a todos!" Certo. Mas essas informações não são do interesse geral. Não vou generalizar mas muitas das causas apoiadas pelo Tugaleaks são, na verdade, causas pessoais do seu criador, Rui Cruz.

    Para além disso, o registo de “crónica/artigo de opinião” não está a ajudar o TugaLeaks. O Tugaleaks tem tudo para crescer como website de Jornalismo independente, bastaria para tal uma categorização que diferenciadora da “notícia” e da “crónica”. Defendo que seria uma mais valia para o leitor um relato nu e cru dos factos sem qualquer alusão à opinião pessoal do autor do artigo.

    Não sou só eu que penso assim. Há utilizadores que criticam certas noticias/posições demasiado personalizadas do Tugaleaks mas que veem os seus comentários ferozmente obliterados ou imolados em nome da democracia. Sim, porque quem não concorda ou duvida é corrupto ou fascista...Curiosa esta definição de democracia e liberdade de expressão do Tugaleaks. Façam o que eu digo, não façam o que eu faço. O ego do fundador só tem comparação com a velocidade a que debita chorrilhos de ideias pré-concebidas com uns ares de reacção não fundamentada. Percebo que dizer mal é uma boa forma de ganhar leitores e que o seu apelo é irresistível.

    Para além disso, tentar fundamentar as opiniões sem ter que recorrer somente ao insulto imberbe que todos apreciam era algo que só aumentava a credibilidade do portal. Quando vamos à página do Facebook do Tugaleaks (que já conta com 13 mil likes) encontramos exemplos claros desta "tugice": imagem 1, imagem 2, imagem 3. E não precisei de muito tempo para encontrar tais pérolas. 

    Resumindo e concluindo, o Tugaleaks faz tanto pelos portugueses como a TVI: dá-nos informação desinteressante de modo bombástico. E o povo gosta.



  8. E o padre Araújo dita assim na bíblia Visão:

    O leitor não tem dado atenção aos gurus do empreendedorismo. Está a ler isto, em vez de estar a empreender. Prepara-se para ficar mais de dois minutos sem inovar. Borrifa-se despudoradamente na competitividade. Que se passa? Não ouviu os sacerdotes do trabalho? Não se sentiu inspirado pelas palestras de motivação? Se calhar, não fala empreendedorês. Não recebeu inputs, perdeu a oportunidade de desenvolver o know-how e agora não consegue dar feedback. Não tem drive nem mindset de mercado para abordar um cluster de empresas e mostrar-lhe os seus skills técnicos. Impressionante, a sua incúria. Nutro um grande fascínio pelo mundo do trabalho, até porque nunca tive um emprego a sério. Por isso, foi com muito agrado que me dediquei a ouvir os novos guias espirituais do empreendedorismo, da inovação e da competitividade. Posso fazer-lhe um resumo. O leitor quer singrar? Seja empreendedor. Pronto, começam as objecções. O leitor, com a sua costumeira impertinência, acha que, uma vez que empreender é sinónimo de fazer, sugerir a quem não sabe o que fazer que empreenda acaba por ser igual a coisa nenhuma. Calma. Há que educar o gosto para este tipo de aconselhamento. O leitor ainda quer singrar? Então, inove. É outro truísmo? É mais fácil falar em inovação do que ter, de facto, ideias inovadoras? Mau, mau. Começo a aborrecer-me com a resistência do leitor. Deixe-me continuar a analisar o pensamento destes profissionais cujo trabalho é recomendar ao leitor que trabalhe. Primeira ideia: é preciso chegar mais cedo ao emprego e sair mais tarde. Dito assim, parece pouco, mas o conselho tem de ser dado aos gritos, em pose dinâmica e empreendedora. O leitor fará o favor de imaginar que tenho o punho dramaticamente cerrado e a veia do pescoço saliente: é preciso chegar mais cedo e sair mais tarde. Vê como impressiona? E é uma ideia verdadeiramente inovadora. Há poucos dias saíram na imprensa dois testemunhos de um rapaz e uma rapariga portugueses que tinham tido uma experiência de trabalho no estrangeiro. Ela, nos Estados Unidos; ele, na Alemanha. Ambos se apresentaram ao trabalho antes dos colegas e saíram depois - para mostrar serviço. Ambos foram chamados ao director. O rapaz da Alemanha foi intimado a respeitar o horário de trabalho, porque há uma coisa chamada "lei" (eu também nunca tinha ouvido falar) e porque, no entender da administração daquela empresa, quem não conseguia fazer o seu trabalho a horas estava a fazê-lo mal. À rapariga dos Estados Unidos, foi-lhe comunicado que iria passar a estar debaixo de olho, porque quem fica no trabalho até tarde são, normalmente, as pessoas que se dedicam à espionagem industrial. Veja como o conselho dos novos gurus, estando em linha com a mentalidade chinesa, representa um corte com a prática ocidental. Parece que eles, lá na civilização, dividiram o dia em três partes: uma para trabalhar, outra para dormir e outra para o lazer. E é assim que se organizam, os estúpidos. Dizem que o lazer, de que os nossos gurus têm nojo, até faz movimentar uma indústria de milhões. Mesmo assim, na Alemanha e nos Estados Unidos ninguém diz às pessoas para chegarem mais cedo e saírem mais tarde do lazer. Eles sabem que isso seria tão idiota como pedir-lhes para chegarem mais cedo e saírem mais tarde do emprego.
    Palavra do senhor, Graças a deus.

  9. Isto não é o facebook

    1 de julho de 2012

    http://www.youtube.com/watch?v=98XRKr19jIE

    Ups, esqueci-me que isto não é o facebook e o vídeo não aparece automaticamente incorporado. 

    Já agora, "isto" veio do Indiecar-te, aquele que para mim é o grande programa da JPR, a rádio da minha faculdade.

  10. Auto-ajuda

    23 de junho de 2012

    Um gajo vai a um sítio qualquer que venda livros tipo FNAC ou a Papelinho (sou conterrâneo do Rui Pedro) e encontra sempre em grande destaque os livros de auto-ajuda. Aprenda a ser feliz. Aprenda a conquistar um lugar numa empresa. Aprenda a auto-mutilar-se. 10 dicas úteis para ser preso nos EUA. Guia prático de como se tornar rabeta. Aprenda a respirar depois da morte. Enfim, estava aqui a noite toda a dizer nomes de livros. Como eu não sou menos que a Margarida Rebelo Pinto esse grande nome da literatura portuguesa, decidi então publicar aqui, em primeira mão, o meu livro de auto-ajuda para quem tem dificuldade em encontrar o amor. Sim, eu vou falar de amor. No fundo é um livro de auto-ajuda que vai dar mais jeito a mim e a pessoas com excesso de peso em geral do que propriamente a indivíduos do sexo masculino possuidores de exuberantes cortes de cabelo e de fracos, como direi, neurónios (ui, muito agressivo). Título do livro: "Como conquistar uma rapariga com uma piada" Subtítulo: "Este livro não se come" Primeira página: "Basicamente, chega-se à beira de uma miúda, diz-se uma graça, pisca-se o olho e de seguida endereçamos um convite à menina." Erros a evitar: Não cantar a música da Ruth Marlene e não explicar a piada. Isto se se quiser ter uma aventura de uma noite. Se quiser ter um relacionamento mais sério, 



    PARE DE LER ESTA MERDA E VÁ TRABALHAR! ACHA MESMO QUE UMA MERDA DE UM LIVRO DE AUTO-AJUDA IRIA ACABAR COM OS SEUS PROBLEMAS NO QUE TOCA A CONQUISTAR CORAÇÕES DE INDIVÍDUOS DO SEXO FEMININO? POR AMOR DE DEUS! LEVANTA-SE! VÁ FAZER EXERCÍCIO E CONSUMA LITERATURA SEU NABO DE MERDA!!! 


    Pronto, é tudo. Ficou claro?