1. Ai a vida amor...

    22 de agosto de 2011

    A vida é uma eterna ciranda e estamos sempre a brincar, a fingir, a dissimular, enganar e tudo mais que possa existir nessas pequenas e ofensivas palavras que nos rodeiam como parasitas abomináveis.

    "A vida é um uma cena fingida", diria o mais sincero dos poetas. E talvez eu realmente acredite nisso. Entretanto, há algo mais diabólico por trás dessa farsa, desse grande teatro que é a vida. Não sei definitivamente o que é. Só sei que é. E pronto.

    Estamos o tempo todo (falo agora de nós, seres humanos, meros mortais, e não mais da vida em específico) a tentar provar aos outros que somos pessoas que na verdade não somos. Que fazemos coisas que na verdade não fazemos. Que sentimos - solidariedade, afecto, não importa o nome – sensações que na verdade não sentimos. Somos máscaras, rótulos, estereótipos. E a verdade onde fica no meio disto tudo? E os nossos sentimentos mais profundos? Para onde vão? Esses, na maioria das vezes, ficam escondidos em gavetas empoeiradas, dividindo espaço com toneladas de papéis sem sentido, acumulados entre tristezas e outras coisas das mais diversas e cruéis.

    Se eu queria voltar atrás? Entrar numa máquina do tempo que me permitisse reescrever a minha história? Lógico! Quem não gostaria? Achas que eu acredito nesse blá-blá mesquinho quando algumas vezes me dizem “não mudaria nada do meu passado”? Tretas. Todo a gente mudaria. A prova disso é a enxurrada de modificações estéticas que se transformou a nossa sociedade, essa aldeia de mutilados, transformados, adaptados, que muda tudo que incomode. E, às vezes, esse incómodo surge e desaparece num prazo tão curto que nem dá tempo de cronometrar no relógio. Toda a gente quer mudar algo e quem não pode, gostaria de o fazer...

    Mudar tudo.

    De casa, de emprego, de carro, de vida, de namorado(a), noivo(a), marido(esposa), os gostos, as glórias, ufa! Chega... Eu poderia escrever uma bíblia inteira só com o que o ser humano desejaria mudar...E acho que ainda iriam faltar páginas...

    É culpa da vida esse desejo de mudança?
    É nossa culpa?
    De quem é a culpa?
    Culpa? Estás ai?

    Enquanto procuro as respostas, life goes on...

    Nem me digno a perguntar se tu, que estás ai desse lado, gostavas de mudar alguma coisa porque já sei qual é a resposta...

  2. O Bem

    13 de agosto de 2011

    Porque é preciso gerir frustrações, ansiedades e expectativas. Nunca fui rapaz de lidar bem com esse tipo de sentimentos (entre aspas). Sim, entre aspas porque eu não também ainda não sei o que são sentimentos. Achas que já provaste o verdadeiro? Engana-te. Nunca isso te aconteceu. A menos que já tenhas comido uma açorda de peixe. Mas não estou a falar desse tipo de sentimento. Quer dizer, eu nem sei bem qual é aquele sobre o qual eu estou a falar. Já me perdi.
    Enfim, estava a falar de frustrações, não era? É. São da breca. Mas eu só peço uma coisa simples: deixem comigo. Digam-me: "para mim está tudo bem, se tu estiveres". Não me digam "para mim não está tudo bem se tu estiveres. Eu é que decido o teu 'bem'!" Mas alguém sabe qual é o bem do outro? Que raio! Tu nem sabes qual é o teu próprio bem! Como és capaz de saber ou de querer decidir o que é o meu bem! Já agora, achas bem aquilo que fizeste a ela? Vai-te lixar meu!
    Tenho de magoar alguém sempre que quero dar um passo. Paciência! Agora tenho de aprender a viver com isso e a culpa é tua.


    Obrigado por me teres feito deitar cá para fora isto.