1. A (des)União Europeia

    18 de julho de 2011

    As bases da construção europeia estão a ruir. Quer dizer, eu desconfio que elas nunca tenham sido construídas com bom material. Talvez tenham pegado em argila e tenham feito 2 ou 4 “postes” em vez do normal aço e ferro. Eu sei que na altura – 1951 – era chato estar a pensar em boas bases europeias. O irónico desta situação é que, aquela que hoje conhecemos como União Europeia, começou por se designar por Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Devem se ter esquecido disso, de certeza. Eram os indícios da doença de Alzheimer (ou não, pronto). Ao longo dos tempos, a Comunidade foi crescendo em membros, foi mudando de nome e foi mudando de objectivos primordiais. Em 1971, com a assinatura do Tratado de Roma, a até então CECA passou a designar-se de Comunidade Económica Europeia (CEE) e tinha a finalidade de estabelecer um mercado comum europeu. Os Estados signatários foram França, Itália, Alemanha Ocidental (na altura, apenas a República Federal Alemã, e não a República Democrática Alemã) e os três países do “Benelux” (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo). O tratado estabelecia um mercado e impostos alfandegários externos comuns, uma política conjunta para a agricultura, políticas comuns para o movimento de mão-de-obra e para os transportes, e fundava instituições comuns para o desenvolvimento económico. Tudo muito bonito. Andaram assim, os 6 rapazes da vida airada, durante 2 anos até 1973, portanto. Nesse ano, o Reino Unido, Irlanda e Dinamarca adiram à CEE. Entretanto, anos mais tarde adiram a Grécia (1981), Portugal e a Espanha (1986). Mas não vou estar aqui a colar mais coisas da Wikipédia que até parece mal. Passando à frente.
    A Europa estava de facto a crescer. O sonho de ver o continente mais velho do mundo todo unido estava a tornar-se realidade para os idealistas da união da Europa. Mas não se mediram actos e consequências deste sonho. Em 2004, assistimos ao maior alargamento que a UE viu na sua história: em 2004 uma carrada de países entraram para a União Europeia. Na minha opinião, nenhum deles (e até mesmo Portugal) estava preparado para fazer face às “exigências” dos fundadores. “E porque isto, e porque aquilo. Têm de ser X e Y”. Foram dados fundos, eu sei bem. Mas não houve um controlo rigoroso deles. Davam os fundos aos países sem eira nem beira e eles que o usassem da melhor maneira…Errado, tudo errado! Não somos todos iguais! A mentalidade portuguesa ou grega não tem nada a ver com a finlandesa! Por isso é que deviam de existir critérios rigorosos para que os fundos não se perdessem em mãos de tipos como o Cavaco Silva! Portugal era forte na agricultura! Porque a mandaram destruir? O objectivo, é tornar a Europa num continente forte e realmente igual em todos os aspectos! Fazer deste continente uma COMUNIDADE! E por isso mesmo, devia ter sido feito um esforço pelos países mais ricos para ajudarem aqueles que não são tão ricos, que os ajudassem, de facto, a entrar nos “eixos europeus” e isso não aconteceu! E porquê?
    Afinal o que se passou com a Grécia? O que se passa em Portugal? É tudo uma questão de fundos…E já que não se aproveitaram bem os fundos por culpa nossa e falta de sensibilidade dos “grandes”, vamos lá ajudar os probrezinhos para que eles nos comprem armas! E não sou eu que o digo:



    A Europa nunca será a comunidade que se idealizou. Tem coisas muito boas. Mas nenhuma delas tem a ver com a cooperação e estabilidade económica e a coesão económica e social enquanto os interesses falaram mais alto que o bem comum. Se calhar, estou a pedir muito.

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    Adicione sal ou pimenta ao que fritei