1. a Verdade: nua e crua

    20 de março de 2011

    "Um dia, isto tinha de acontecer.
    Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente!
    Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor. Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível , dinheiro no bolso . Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego,... A vaquinha emagreceu, secou. Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música, bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquer_coisa_phones ou i_pads, sempre de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

    A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
    Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
    Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento e a duvidosa capacidade operacional.

    Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

    Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

    Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.

    Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

    Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

    Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

    Há talento e cultura, capacidade e competência, solidariedade e inteligência nesta geração?
    Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
    Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós). Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
    E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

    Novos e velhos, todos estamos à rasca. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.

    A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
    Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.

    Pode ser que nada/ninguém seja assim."


    O Prof. Mário Dâmaso enviou-me este maravilhoso texto por e-mail. Não sei se é dele, mas seja de quem for, este texto é simplesmente genial! A verdade nua e crua! Obrigado ao autor! Este texto merece ser partilhado para que chegue a todos...Para que a consciência pese...

  2. 7 comentários:

    1. Ana disse...

      Tenho de concordar com a maior parte deste texto.
      Infelizmente...
      Na minha modesta opinião a mudança não vai lá com manifestações.A mudança tem de ser feita com uma mudança colectiva da sociedade,mudança de atitude e mudança na forma de pensar.Mas não consigo ver essa mudança para breve.Portanto a minha única solução é sair do país e ir para outro em que o foco é o bem comum, em detrimento do olhar para o umbigo.
      Enquanto os portugueses não se transformarem neste sentido,Portugal não vai evoluir econonomica nem socialmente.

      http://www.swedenabroad.com/SelectImageX/241693/101219PublicaOSegredoDosMelhoresPaises.pdf

    2. Guakjas disse...

      @Ana
      Este texto é um retrato fiel do futuro de Portugal: superficial, sem objectivos e à espera que tudo caia do céu (e eu contra mim falo...)
      Não quero acrescentar mais nada ao texto porque ele diz tudo...Mas mesmo tudo.
      Não vale a pena pensar que a sociedade tem de dar o passo X ou Y porque isso nunca vai acontecer. Fatalista? Não, realista. Quando se trata de questão de mentalidade/educação/ o que queiram chamar, tornar-se impossível...Depois vêm dizer-me que "somos nós que temos de mudar isso!" e eu pergunto: "mas como se nós fomos educados na "velha base"?"...
      Falando de mentalidades vejamos o caso do Japão: mais uma catástrofe em cima daquele poderoso país...Mas eles, mais um vez, vão-se erguer e recomeçar outra vez! E isto porquê? Pela sua perseverança, pela força, pelo espírito samurai...
      Resumindo: é impossível mudar a mentalidade de um país inteiro, ponto final. Ou se tem, ou não se tem. Ou se é capaz, ou não se é.

      Obrigado pela visita, pelo comentário e pelo texto da Pública. Vou ler com muito interesse e constatar mais um facto: os países nórdicos são melhores em tudo...

    3. Anónimo disse...

      Concordo com quem escreveu estas bélicas linhas, mas quem nunca pecou que atire a primeira pedra.

      O ilustre autor deste texto, que se auto-insere numa outra geração, muito provavelmente não frequente festivais ou discotecas, mas no seu contexto juvenil, também possivelmente teve um gira-discos, uma casaca de ganga ou calças à boca de sino, electricidade em casa própria, uma tv a cores, ou num caso mais extremos cinema, quando muito provavelmente os seus pais, tão mártires quanto os nossos, por muito passaram para sustentarem as suas necessidades básicas e quiçá tenham vivido num outro regime social, anterior até à Primavera Marcelista.

      Portanto, a moralidade de muitas pessoas que actualmente apontam o dedo a nós, infames vermes consumistas e vagas cabeças deambulantes, são os mesmos funcionários da CP que não sabem fazer greve (ou se a fazem que larguem o modo soviético), os mesmos professores que têm um sistema de avaliação que se assemelha a um circo nipónico, os mesmos gestores que apanharam os cargos públicos mais bem remunerados que o presidente americano, quando o nome da família valia uma das 2000 candidaturas a faculdades a nível nacional.

      Não sou eu, com 18 anos, que fugi ao impostos estatais! Não foi a minha geração que deve milhões e que mascou vis créditos bancários à velocidade de propagação da luz! Não fui a minha geração que pegou no € da UE comunitário para desenvolvimento industrial e o investiu no desenvolvimento da compra de condomínios e propriedades no Alentejo! Não é a minha geração que nem no mercado de trabalho entrou que merece que se lhe picam os instrumentos rurais que nem um neo Frankenstein!

      Mas é a minha geração que vai pagar isso tudo! A primeira a viver pior que as que se lhe antecede!!

      Sei bem que vivo com bestas quadradas que têm a possibilidade de ver os papás a pão e água lhes pagarem um curso na Independente, mas não generalizem esse futilismo a pequenos embriões sociais.

      E deixem os moralismos e rosários a quem de direito os deve declamar, porque o problema é o mesmo, mas a vaca secou sim, por TODOS, e pecaram não só a educar, como a ser educados. No fundo somos o vosso espelho, com tecnologia.

      Mas falta adicionar a crise a equação. Essa vamos nós arcar com ela!

      Tiveram a sorte de aproveitar os melhores anos da vossa vida com deleite económico. Eu cá vou para Luxemburgo fazer camas em hotéis e voltar aos 60 para fazer uma casa em pedra e cultivar um pequeno terreno.

      O problema é nosso, vosso e deles. É estruturam. E isso não muda com medidas numéricas, mas sim sociais, mas a quem se lhe convém preocupar com tal coisa, quando o Excel prevê o contrário, em numeração choruda?

    4. Guakjas disse...

      @Anónimo
      O seu comentário é bastante pertinente porque no fundo é uma resposta ao texto que aqui partilhei. Obrigado por faze-lo.
      De facto, não posso deixar de concordar consigo...A culpa é da geração que nos educou! A grande culpa é deles porque se deixou influenciar pela "velha educação" (e permita-me o uso desta expressão). A geração que não quis que o 25 de Abril fosse significado de mudança e revolução (efectivamente...) Não posso mesmo deixar de dar razão àquilo que escreveu...Mas também não posso deixar de subscrever o que critica (e bem!)...
      Obrigado pela sua opinião e por ter dado o reverso da medalha...Afinal, isto é um pau de dois bicos...
      Obrigado

      Cumprimentos

    5. Anónimo disse...

      Devido às limitações do número de palavras fui obrigado a dividir o meu comentário em duas partes:

      Venho por este meio demonstrar a minha discordância com este texto.

      Eu diria que este texto se apresente como verdade absoluta para cerca de 0,5% da população (duvido que seja mais do que isso). Como tal, não deveria ser reecaminhado sem peso nem medida.

      Vivemos num mundo Social em temos que avaliar tudo, não só o nosso umbigo, mas principalmente, avaliar quando uma acção que nos promove, está ou não a afectar a liberdade dos outros ( neste caso: a tirar ilações considerando uma regra que se calhar até é a excepção).
      Neste ponto saliento o conceito de Liberdade: Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem.

      A táctica de intitular o texto de "Geração à Rasca - A Nossa Culpa" é, sem dúvida, uma forma "políticamente correcta" de criticar desviando o alvo das atenções para si próprio, invocando subliminarmente o grupo específico em que se insere. Desta forma enuncia uma humildade fora de normal, em que assume os seus erros nas acções de paternidade, mas que compulsivamente enfia todos os progenitores no mesmo saco.

      Deduzo daqui, que não foi considerada a hipótese que a maior parte dos pais deste País não se identifiquem com este texto, além de que não foi levantada a hipótese de, tanto os pais como os filhos se pudessem sentir insultados.

      A minha Reflexão deduz que este texto não deveria visar a Educação que nos foi proporcionada, mas sim, a conformidade com a actividade Política que nos levou a esta situação.

      Todo este texto é (supostamente) dirigido a um grupo específico - os antecessores da geração em voga. No entanto, reflecte sobre uma massa populacional que supostamente não quer trabalhar, além de não querer abdicar das mordomias passadas, apenas possíveis pela Época das Vacas Gordas. Segundo o autor, estas "birras" derivam da má educação que lhes foi proporcionada.

      O que o autor demonstra ainda não ter percebido que 80% da população jovem portuguesa não arranja um trabalho fixo.
      Isto não tem a ver com o que os nossos pais nos proporcionaram no passado, e que, neste momento, já não têm condições para facultar ( a não ser que, na perspectiva do Autor, fosse da obrigação dos pais arranjar emprego aos filhos - nesse caso compreendia-se e aceitaria-se o teor do texto).
      A base deste problema é político e só diz respeito à forma como é distribuida a riqueza, dentro de um País - o nosso.

      A possibilidade de termos objectivos a longo prazo está a desvanecer aos poucos.
      O que reclamamos é, concretamente, a perspectiva futura (não existente) que um trabalho com um contrato sem-termo confere, possibilitanto formar família, e investir numa habitação própria.
      Esta é, sem dúvida, a motivação máxima desenvolvida universalmente para uma vida estável, no mundo globalizado onde coexistimos - é o objectivo do ser humano actual.

      Ora bem, aqui, a meu ver, não se põe a questão de sermos ou não licenciados. O que queremos é Estabilidade!

      Não estamos a reinvindicar Empregos cheios de regalias nas áreas em que nos formamos - isso foi na época das Vacas Gordas ( 36 anos Únicos, mas que, se calhar, hipotecaram o futuro dos próximos).

      NÓS JÁ PERCEBEMOS HÁ MUITO TEMPO QUE JÁ NÃO HÁ "EMPREGOS".

    6. João Dias da Silva disse...

      (Continuação)

      A noção de Geração À Rasca, para os menos entendidos, resulta do Desgoverno total no nosso País nos últimos anos, em que se assistiu à distribuição de riqueza, de postos de trabalho, e subsídios chorudos com uma única condição - ser "amigo do amigo", ou "sobrinho do administrador" (peço desculpa a toda a gente que arranjou emprego por mérito próprio, mas as situações a que me refiro, todos nós pudemos constatar, inúmeras vezes, durante o nosso percurso de vida E NINGUÉM FEZ NADA - nota: os cúmplices também são julgados em tribunal).

      Estamos a reinvindicar Trabalho, com perspectiva futura. Trabalho com progressão na carreira, e com a certeza de que vamos ter reforma.
      Estamos a Reinvindicar que não nos tirem o pouco que ganhamos com taxas altíssimas de IRS, Segurança Social, IVA, e IRC, para compensar o desleixo total que foram os últimos anos.
      Estamos a Reinvindicar que nos deixem Trabalhar.
      Que somos a geração dos "500 Euristas", em que contamos todos os trocos que recebemos e com isso nos mantemos por mais um mês, já nós sabemos.
      Sabemos e assumimos que inevitávelmente vai ser assim durante muitos e muitos anos.
      O que queremos é que nos sejam dadas garantias que pelo menos esses 500 euros recebemos ao fim do mês.

      Isto não tem a ver com a Educação que nos foi proporcionada. É resultante do conformismo político de 30 anos, em que toda a gente encheu os bolsos, e (voltando ao conceito de Liberdade), não se preocuparam com o futuro das próximas gerações.

      Poupem-nos desse discurso Rídiculo em que se Vitimizam, quando estiveram 30 anos sentados no sofá a Assistir à Actividade do Compadrio no Seu Expoente Máximo.

      Assistimos todos impávidos e serenos à distribuição de Subsídios para tudo e mais alguma coisa e ainda há iluminados que apoiam o tecto máximo de desconto para a Segurança Social - sem comentários...
      (Havia era de haver um tecto máximo para os Ordenados. Se calhar assim, não tinham distribuído Carros e Telemóveis aos Filhos sem terem de explicar que tudo o que lhes deram, custou muito tempo de trabalho e implicou menos comida na Dispensa - isto já sou eu a pensar, mas compreendo que tal posição apresente contornos de Esquerda extremista, sendo assim, um pouco exagerada, mas não despropositada.)

      No próximo ponto sinto que posso falar por todos os que me rodeiam (familiares e amigos), da minha faixa etária:
      Agradecemos aos nossos pais pela Educação que nos deram, e por tudo que nos puderam proporcionar. E esperamos que eles saibam que nós compreendemos perfeitamente que os tempos que correm já não permitem dar continuidade às oferendas materialistas com que nos presentearam no passado, e que obviamente continuamos e continuaremos a Amá-los independentemente das adversidades.

      Para quem tem dúvidas, a noção de FAMÍLIA aplica-se e forma-se pelas acções dos seus consttuintes, independentemente da condição económico-social em que se insere.

      João Dias da Silva,
      29 anos

    7. Guakjas disse...

      @João Dias da Silva
      Muito obrigado por ter vindo ao "para lá do Fula" e ter partilhado a sua humilde opinião acerca deste tema.
      Desta forma também não posso deixar de concordar com a sua opinião. De facto muitos dos problemas que o país atravessa devem-se à apatia das gerações anteriores à nossa! Assistiram impávido e sereno à utilização dos fundos europeus de coesão económica em grandes casas e carros para os "senhores". Posso estar a ser demagógico (podem chamar-me o que quiserem) mas o problema é mesmo esse. Obras públicas feitas há mais de 10 anos que ainda dão prejuízo, parcerias público-privadas (PPP)que gastam milhões por ano ao Estado (enquanto as empresas destas PPP's se divertem a eleger para administrador geral ex-ministros ou ex-secretários de Estado).
      Mas volto ao início: de quem é a culpa? Foi de quem fez com que nos comportássemos assim...A educação que recebemos (nós, a geração anterior e a anterior à anterior) foi esta: "acomoda-te porque o Estado resolve!"
      O que é preciso é mudar a forma como vamos educar a geração futura! Esse é o grande desafio! "Criar" uma geração pró-activa, que lute pelos seus direitos (e que cumpre sempre com os seus deveres) e que não se deixa ser enganada nem iludida porque tem conhecimento e não é parva (nem à rasca!)
      Um abraço caro João Dias da Silva. E obrigado.

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